“...e
prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas:
ouro, incenso e mirra.” (Mt 2:11)
Duas palavras são inseparáveis no contexto das Sagradas Escrituras:
adoração e dádiva.
Bem verdade que alguém possa dar sem adorar. No entanto, é impossível adorar sem dar.
A Adoração verdadeira envolve três áreas de suma importância:
1a.) A adoração mexe com meu corpo - "...e prostrando-se..."
2a.) A adoração mexe com meu espírito - "...o adoraram..."
3a.) A adoração mexe com meu bolso - "...e abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra."
Vamos tomar alguns pontos de reflexão sobre a adoração como base
motivadora do ofertar que Deus aceita:
1.
Quem adora ao
Rei, traz presentes para o Rei
(Mt 2:1-12)
Este texto
bíblico se refere aos magos que vieram do Oriente, a procura do Rei Jesus que
nascera em Belém de Judá. Estes magos
ilustram com bastante nitidez o perfil de um verdadeiro adorador:
1.1
O verdadeiro
adorador não mede sacrifícios para servir ao Senhor.
Eles vieram
de terras longínquas, há centenas de quilômetros de Israel. Mas, motivados por alguma revelação profética
da parte de Deus; saíram de sua cidade,
e de comum acordo, empreenderam uma grande e desafiadora viagem até a terra do
Senhor.
Por certo, ao
longo da jornada, foram convidados pelo desanimo a voltarem ao lar; certamente as agruras do caminho pelo deserto
os abatera muitas vezes. Mas, a
esperança de encontrar o Rei para prestarem adoração, era sempre maior que
qualquer desafio e dificuldades que se apresentavam no percurso.
Estes magos
ilustram muito bem, aqueles crentes, que por amarem profundamente a Deus,
enfrentam desafios de toda ordem e vencem muitas vezes o cansaço, para estarem
na Casa de Deus, prestando seu culto.
É sempre
emocionante lembrar, dos queridos irmãos, que nos lugares mais distantes, caminham
muitos quilômetros (muitas vezes pelo meio das matas), para irem ao culto,
adorar ao Rei.
Nunca me
esqueci, do que ouvi recentemente de um irmão filho de um pastor pioneiro no
Estado do Paraná, que me disse:
- “Meu pai viajava a pé, 40 quilômetros para
dirigir um culto. Muitas vezes,
enfrentando frio e chuva; e eu hoje, tenho dois carros na garagem, e muitas
vezes tenho preguiça de vir adorar a Deus em sua Casa.”
1.2
O verdadeiro
adorador é dirigido pelo Céu
“E
perguntaram: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e
viemos adorá-lo.” (Mt 2:2)
“E, tendo
eles ouvido o rei, partiram; e eis que a estrela que tinham visto no Oriente ia
adiante deles, até que, chegando, se
deteve sobre o lugar onde estava o menino.
E, vendo eles
a estrela, alegraram-se muito com grande júbilo.” (Mt 2:9,10)
Aqueles magos
não tinham a mão nenhum instrumento de orientação para viajarem. Nem sequer um mapa que os conduzisse com
segurança. Mas, Deus proveu para eles um sinalizador perfeito – uma
estrela. Conforme ela sinalizava o
rumo, assim seguiam. Não erraram a direção,
mas vieram pelo caminho traçado pelo céu.
Costumo dizer
que como Igreja do Senhor na Terra, Deus nos deu um divino “GPS”, que é o bendito Espírito Santo: Guia Para Sempre. “Mas,
quando vier aquele Espírito da Verdade, ele vos guiará em toda a verdade...”
(Jo 16:13)
Quando com
minha família, trabalhamos como missionários na Alemanha (nos anos 95 e 96),
ganhamos para Jesus um querido africano de Angola, o irmão Job Pedro. Ele nos contou que na região de Benguela,
Angola; possuía dois tios crentes em
Jesus, obreiros do Evangelho – que trabalhavam juntos como pescadores. Certo dia,
foram apanhados em alto mar, por uma grande tempestade. Tal foi a tormenta, que os fez perder o rumo
de volta para casa. Ficaram perdidos
no alto mar, por quinze dias. E, quando
já se encontravam completamente exauridos e sedentos, pois, toda a água potável
tinha acabado; dobraram os joelhos no
pequeno barco, e clamaram ao Senhor:
- Senhor, nos envie socorro, se não, aqui
morreremos!
De repente,
uma luz muito forte brilha no céu, e
pouco a pouco se aproxima deles, e pára sobre o barquinho. Em seguida aqueles dois servos de Deus,
ouvem uma voz forte que saía daquela luz, que lhes dizia:
- Peguem os baldes e os encham com a água do mar.
Ao obedecerem
a voz ao Senhor, enchendo todos os baldes que tinham; ouviram em seguida novamente:
- Agora bebam da água dos baldes.
E para grande
alegria, provaram de água doce, água potável da melhor qualidade. Depois de reconfortados e animados; em ato contínuo, o Senhor lhes recomenda:
- Agora, sigam a luz!
Imediatamente,
a luz começou a deslocar-se; e os dois irmãos, cada um com seu remo, foram
seguindo a luz. Depois de horas
remando, de repente, um deles dá um efusivo brado de alegria:
- Glória a Deus! Olha lá a nossa casa! Estamos
chegando! Glória a Deus!
1.3
O verdadeiro
adorador materializa sua adoração na sua oferta
“E, entrando
na casa, acharam o menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se, o
adoraram; e, abrindo os seus
tesouros, lhe ofertaram dádivas: Ouro, incenso e mirra.” (Mt 2:11)
Com os magos
do Oriente aprendemos que o ato de ofertar
deve ser precedido pela sincera adoração. Biblicamente, não recomendável o serviço
preceder a adoração. Pois, a Palavra nos
ensina que a adoração sempre deve anteceder qualquer trabalho que intentamos
fazer para Deus. Notemos o que Jesus
disse ao diabo em Mateus 4:10 “...Ao
Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.” Primeiro Jesus fala de adorar e depois de
servir, porque segundo a Palavra, a adoração deve sempre preceder o serviço.
O que Deus
espera, é que antes de abrirmos o bolso, nosso coração esteja aberto primeiro
para Ele.
É
significativo, se observar esta verdade bíblica nos magos do Oriente, que poderiam chegar, e abrirem seus tesouros,
ofertarem ao Rei, e depois o adorarem.
Mas, isto não
ocorreu. Primeiramente, eles se prostram
(como fiéis súditos diante de seu potentado); em seguida começam a adorar, para
depois abrirem seus tesouros e ofertarem.
Quando todos
os crentes entenderem e praticarem esta verdade; algo de grandioso começará a
acontecer em suas vidas. Bênçãos sem
medida serão derramadas. Promessas grandiosas serão cumpridas, e uma colheita
extraordinária ocorrerá, fruto da semeadura feita com adoração.
2.
Quem adora a
Deus, traduz pela oferta o valor de sua
adoração
“E aconteceu,
ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor.
E Abel também
trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para sua
oferta.
Mas para Caim
e para a sua oferta não atentou. E,
irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.
E o Senhor
disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
Se fizeres
bem, não haverá aceitação para ti? E, se
não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o teu desejo, e sobre ele
dominarás.” (Gn 4:3-7)
2.1
Por que Deus rejeitou a oferta de Caim:
Primeiro: Porque Caim ofertou sem adorar
Este tipo de oferta não agrada a Deus. Já ouvimos o ensino errôneo, de que Deus não
aceitou a oferta de Caim, por ser fruto da terra; e aceitou a oferta de Abel,
por ser a primícia do seu rebanho. Antes de olhar para a oferta, Deus olha para
o ofertante. Acredito que em muitos templos se oferta sem adorar a Deus. Penso
que isto ocorre, resultado da falta de ensino bíblico correto a respeito; que
fez com que boa parte de nosso povo nestes anos, entendesse de forma errada,
que o momento das ofertas no culto, estava dissociada do culto.
Que pasmem os
que ainda pensam assim, ao saberem que o
culto no Tabernáculo, e posteriormente no Templo, se resumia em ofertas. Pois toda a adoração se materializava em
ofertas.
“Dai ao Senhor a glória devida ao seu Nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios.” (Sl 96:8)
Segundo: Porque o coração de Caim não estava na
oferta
Quando o nosso coração não está na oferta,
ofertamos por costume apenas; e não raras vezes, externamos no gazofilácio,
nosso egoísmo e avareza.
Quando o ofertante se funde na sua oferta, isto
é; quando o seu coração é entregue com sua oferta, tem a aprovação daquele que
sonda os nossos corações.
Terceiro: Porque o coração de Caim estava cheio de
ódio pelo seu irmão
Quando Deus
não atenta para Caim e para sua oferta, e este fica fortemente irado contra seu
irmão Abel. Imediatamente Deus em sua misericórdia, dá a oportunidade para Caim
fazer novamente tudo direito:
“Se
fizeres bem, não haverá aceitação para ti?...” (Gn 4:7). E para Caim, fazer direito, seria
primeiramente pedir perdão a Deus e se humilhar de todo o coração
(Is 57:15), e
em seguida procurar seu irmão e lhe pedir perdão sinceramente. Feito isto, tomaria a sua oferta e a
apresentaria ao Senhor.
Quantos ofertantes em nossos dias,
que se apresentam reprovados diante do Senhor, porque não perdoam seu
próximo. Jesus nos ensina, que sem
perdão e reconciliação, Deus não aceita a nossa oferta: “Portanto,
se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem
alguma coisa contra ti. Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai
reconciliar-te primeiro com teu irmão, e
depois vem, e apresenta a tua oferta.” (Mt 5:23,24)
Quarto: Por que Caim era do maligno
Nossa oferta de
adoração não pode ser aceita por Deus, se estamos comprometidos com o diabo.
“Não como Caim, que era do
maligno...” (1 Jo 3:12)
2.1
Por que Deus aceitou a oferta de Abel ?
Primeiro: Porque Abel antes de dar sua oferta, se deu
primeiro ao Senhor
É significativa a expressão do texto bíblico, que
em tempo algum declara ter Deus atentado para a oferta e depois para Abel: “E Abel também trouxe dos primogênitos das
suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o Senhor para Abel e para sua
oferta.”
Segundo: Por que a oferta de Abel foi semeada com fé
“Pela
fé, Abel ofereceu a Deus maior
sacrifício do que
Caim,
pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho de seus dons, e, por
ela, depois de morto, ainda fala.” (Hb 11:4)
Terceiro: Porque Abel sabia que a melhor oferta é um
coração quebrantado e contrito diante de Deus
“Os
sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não
desprezarás, ó Deus.”
(Sl 51:17)
Abel nos
ensina que antes de abrirmos o nosso bolso, devemos abrir o nosso coração
inteiramente. E, não somente abri-lo, mas,
rasgá-lo diante dele: “E
rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes., e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do
mal.” (Jl 2:13)
3.
Preciosas lições sobre adoração com os vinte e
quatro anciãos
O apóstolo João, ao entrar na sala do
Trono, em Apocalipse quatro, vislumbrou o mais precioso cenário de adoração a
Deus.
Dos vinte e quatro anciãos (que são sem dúvida, seres angelicais de
elevada hierarquia nos céus), podemos aprender uma verdadeira aula sobre
adoração:
Primeira lição: Proximidade de Deus é uma das
características do verdadeiro adorador
“E ao redor do trono havia vinte
e quatro tronos; e vi assentados sobre
os tronos vinte e quatro anciãos...” (Ap 4:4)
Muitos crentes imaginam serem
adoradores, em decorrência de virem ao templo, uma ou duas vezes na
semana. Mas, a adoração segundo Deus, é
mais do que um tempo na igreja,cantando louvores. A adoração é mais do que um momento de
culto, é um estilo de vida. Tanto é que
a palavra adoração no Hebraico significa curvar-se e render-se completamente ao
Senhor.
Segunda Lição: Santidade é a virtude essencial do verdadeiro
adorador
É significativa a expressão da palavra ao descrever as vestes dos vinte
e quatro anciãos: “...vi assentados sobre os tronos vinte e quatro anciãos vestidos de
vestes brancas...” (Ap 4:4)
Como adorar ao Rei com as vestes sujas? Impossível.
Adoradores verdadeiros lavam
suas vestes espirituais no Sangue do Cordeiro:
“Mas, se andarmos na Luz, temos
comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo seu Filho, nos purifica
de todo o pecado.” (1 Jo 1:7)
“Bem
aventurados aqueles que lavam as suas vestiduras no Sangue do Cordeiro, para que tenham direito à árvore da vida e
possam entrar na cidade pelas portas.”
(Ap 22:14)
Terceira
lição: Depositar aos pés do Rei o que
temos, é prova de adoração
“Os vinte e
quatro anciãos prostravam-se diante do que estava assentado sobre o trono, adoravam o que vive para todo o sempre e
lançavam suas coroas diante do trono, dizendo: Digno és,
Senhor, de receber glória, e honra, e poder, porque Tu criaste todas as
coisas, e por tua vontade são e foram criadas.”
(Ap 4:10,11)
O Senhor nos tem coroado com suas bênçãos, com sua
Graça e Bondade.
Que o adoremos
na beleza de sua santidade, oferecendo-lhe o nosso melhor, tão bem ilustrado,
no magistral gesto de adoração dos vinte e quatro anciãos, ao tirarem as coroas
de suas cabeças, e as depositando aos pés de Cristo.
É na adoração que nossos dízimos e ofertas, ganham uma
dimensão celestial. E, nesta ambiência
gloriosa, entregamos tudo o que somos e temos, aos pés daquele a quem tanto
amamos.
A Ele todo louvor e toda a glória, para sempre! Amém!
Pastor Marcos Antonio
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