“Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda. E se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto os teus lagares.” (Pv 3:9,10)
O verbo “honrar” reveste-se de preciosos significados: honrar significa reverenciar, venerar, distinguir, enobrecer, dignificar, enfim, atribuir honra.
Se estas verdades não estiverem em nosso ato de dar ao Senhor, nossa oferta não honra a Deus. Mas, se com amor e sabedoria, o que entregamos tiver a marca da honra; sem dúvida, agradaremos ao Senhor.
Honrar ao Senhor, significa dar o nosso melhor. E, isto vale dizer, que o ofertante mais pobre financeiramente, recebe a aceitação de Deus, quando o seu melhor (que independe do valor monetário) é revestido de honra.
1. A viúva pobre descrita no Evangelho, nos ensina a honrarmos a Deus:
“E, estando Jesus assentado defronte da Arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro; e muitos ricos depositavam muito.
Vindo, porém, uma pobre viúva, depositou duas pequenas moedas, que valiam cinco réis.
E, chamando os seus discípulos disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva depositou mais do que todos os que depositaram na arca do tesouro.
Porque todos ali depositaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, depositou tudo o que tinha, todo o seu sustento.” (Mc 12:41-44)
Preciosas lições encontramos neste texto bíblico:
1.1 Que Jesus observa a cada ofertante. Ele sonda nossos corações e sabe qual a verdadeira motivação do nosso ofertar:
“E, estando Jesus assentado defronte da Arca do tesouro, observava a maneira como a multidão lançava o dinheiro na arca do tesouro...”
Voce sabia que antes de Jesus julgar nossos atos, ele julga as motivações destes atos. Cantar para Ele é algo importante; mas o Senhor julgará o que nos leva a cantar. Pregar é nossa missão maior; mas, a despeito do pregador ser um eximio orador, o Senhor não julga os valiosos talentos do mesmo, mas, julga o verdadeiro motivo que o leva a pregar. De igual modo no caso da contribuição cristã; é admirável alguém que se dispõe a ofertar para a Obra de Deus, mas, jamais devemos nos esquecer que Jesus continua junto ao gazofilácio, olhando para nós e sondando as verdadeiras motivações de cada ofertante.
1.2 Que o que impressiona Jesus não é o grande valor monetário da oferta, mas se existe sentimento de honra no ofertante. “ ... e muitos ricos depositavam muito.
Vindo, porém, uma pobre viúva, depositou duas pequenas moedas, que valiam cinco réis.”
Certa vez quando fui ministrar a Palavra de Deus na cidade de Hartford, Estados Unidos; e no final do culto um querido irmão me sensibilizou sobremaneira. Disse-me que Deus lhe tocara para me dar cincoenta dólares. Talvez, alguém diria: Como ficar sensibilizado com uma quantia pequena de cincoenta dólares? Confesso que lágrimas vieram a minha face e que meu coração foi profundamente tocado, não pelo valor monetário da oferta; mas pelo valor da honra com que foi dada.
Fiquei sabendo que aquele irmão, trabalhava em serviço pesado, e ganhava dez dólares por hora. Ao voltar para casa, disse em oração para o Senhor: Senhor, este meu irmão deu-me esta oferta, que representa cinco horas de muito trabalho, e trabalho pesado. Recompensa teu filho com muitas bençãos. Teu servo, alegrou-me, porque sinto nesta oferta as marcas da excelencia, do amor e da honra.
1.3 Que Jesus mede o valor de nossa oferta, não pelo valor monetário, mas sim, pelo valor da honra que prestamos a Deus quando ofertamos.
“E, chamando os seus discípulos disse-lhes: Em verdade vos digo que esta pobre viúva depositou mais do que todos os que depositaram na arca do tesouro.
Porque todos ali depositaram do que lhes sobejava, mas esta, da sua pobreza, depositou tudo o que tinha, todo o seu sustento.”
Este texto nos revela com muita clareza, que a honra mostra sua cara na nobreza. E, que nem sempre o que se apresenta com as pompas da grandeza traz consigo a nobreza. Jesus nos ensina que na grandeza da oferta daqueles ricos e poderosos, que depositavam sua oferta, Ele não encontrou nem honra, nem nobreza. Mas, naquelas duas pequenas moedas trazidas por aquela pobre viúva, o Senhor viu um coração sincero, cujo desejo era expressar amor e honra ao Senhor e a sua Casa.
É interessante lembrar, que enquanto a multidão e os ricos fazem seus depósitos no gazofilácio, Jesus permanece silente. Mas, de repente, chama a atenção de seus discípulos para a viúva e sua oferta, como dizendo: “Esta sabe como honrar a Deus!”
2. Vejamos alguns tipos de ofertas que não honram a Deus:
2.1 A oferta com espírito de barganha
Neste tipo de oferta, o ofertante não visa o Senhor e sua Obra, mas unicamente a si próprio. Tal ofertante vive na perspectiva do “toma lá, da cá”. Toda oferta com este propósito não honra a Deus.
Ana é um exemplo de quem servia a Deus por fé e amor, e jamais pelo espírito de barganha.
Primeiro: Ana faz um pedido a Deus
“E votou um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, mas a tua serva deres um filho varão...”(1 Sm 1:11)
Segundo: Ana recebe o que pediu
“E sucedeu que, passado algum tempo, Ana concebeu, e teve um filho, e chamou o seu nome Samuel, porque dizia ela, o tenho pedido ao Senhor.” (1 Sm 1:20)
Terceiro: Depois de receber o que pediu, devolve a Deus o que foi pedido
“Por este menino orava eu; e o Senhor me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido. Pelo que também ao Senhor eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao Senhor foi pedido. E ele adorou ali ao Senhor “ (1 Sm 1:27,28).
Ana nos ensina, que nós podemos honrar a Deus, quando assim o fazemos. Muitos não recebem maiores bençãos porque falham neste ponto: Pedem a Deus, o que depois não querem devolver a Ele. Mas, aqueles que pedem, e depois de receberem, devolvem a Deus o que foi pedido; tal atitude tem a marca da honra.
Lindas são as palavras de Daví a respeito em 1 Cronicas 29:14 “Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, que tivéssemos poder para tão voluntariamente dar semelhantes coisas ? Porque tudo vem de Ti, e da tua mão to damos.”
2.2 Oferta como esmola
Há cristãos que são reprovados no ato de ofertar, porque o fazem como quem dá uma esmola.
É oportuno destacar a seguinte ilustração contada pelo querido amigo, pastor Edi Marcos Vinagre de Lima em uma de suas ministrações sobre Liberalidade Cristã:
“O crente passa pelo centro da cidade, e ve um deficiente pedindo um trocado, então se comove, abre a carteira e lhe dá uma moeda. Pára no farol, um menino bate no vidro do carro e lhe pede um trocado, ele novamente se comove, e dá uma moedinha.
Quando chega ao templo para o culto, canta, glorifica, e até fala em línguas e recebe bençãos. Mas, quando chega o momento de ofertar, se “comove novamente”, abre a carteira o oferece ao Senhor Deus, a mesma moedinha que deu ao deficiente e ao menino do farol.
Em outras palavras, tanto o deficiente como o menino do farol, representam para este crente o mesmo valor – a mesma importancia que Deus e sua Obra. Esta falta de consciencia tem levado muitos crentes a uma vida de miséria, pois, quando ofertam, trazem somente o resto. Quando abrem a carteira ou a bolsa no culto, procuram entre as melhores notas, as famosas moedinhas.
Natanael Passos, um querido amigo do coração, não oferta ou dizima se as notas estiverem velhas e danificadas. No ato precioso de ofertar, Natanael é regido pelo principio da honra segundo a Palavra de Deus em Proverbios 3:9,10 “Honra ao Senhor com a tua fazenda, e com as primícias de toda a tua renda. E se encherão os teus celeiros abundantemente, e transbordarão de mosto os teus lagares.”
2.3 Oferta movida por sentimentos
Por certo voce já ouviu algum crente que diz: “Eu só oferto quando eu sinto” , “se eu sentir eu dou” “enquanto eu não sentir, eu não oferto”.
Esta postura, além de não ter respaldo bíblico, soma-se a verdade inconteste de que nossos sentimentos são instáveis, momentaneos e por vezes, eles nos enganam. “Enganoso é o coração do homem, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá ?” (Jr 17:9).
Observemos o texto de 1 Coríntios 16:2 “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade...”
Primeira lição: Que a oferta baseia-se no caráter individual: “cada um de vós” (1 Co 16:2)
Notemos Deuteronomio 16:17, que fala desta verdade: “Cada qual, conforme o dom da sua mão, conforme a benção que o Senhor, teu Deus, te tiver dado.”
Segunda lição: Que a oferta deve ter caráter prioritário: “cada um de vós ponha de parte” (1 Co 16:2). Isto significa, que devo chegar no culto já com minha oferta separada para o Senhor.
No Antigo Testamento, o Senhor ordenava ao povo de Israel, nunca vir para o culto de mãos vazias: “...ninguém apareça de mãos vazias perante mim.” (Ex 23:15).
Certa vez estava em uma igreja para pregar a Palavra de Deus, e no importante momento das ofertas, o pastor presidente daquela igreja, se desculpou ao diácono, dizendo:
- Eu esqueci a minha carteira no outro paletó...
Um pastor que estava mais atrás disse:
- Essa é velha !...
Pelo silencio que fez e pela rosto rubicundo que ficou, concluí, que isto ele fazia frequentemente; raramente trazia sua oferta ao Senhor. Penso até hoje, como deve estar aquela igreja? Porque se o próprio pastor não honra a Deus na contribuição, o que se espera da igreja ?
Terceira lição: Que a oferta deve estar vinculada ao caráter da proporcionalidade de nossos rendimentos: “cada um de vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade...” (1 Co 16:2)
Notemos que a Palavra de Deus não diz: “cada um ponha de parte o que sentir, conforme o seu sentimento” (por certo muitos crentes avarentos, gostariam que assim estivesse escrito).
O que a Bíblia nos ensina, é que a contribuição cristã deve ser metódica e regular. Como bem escreveu o Pastor Josué de Oliveira, em seu livro “O Dízimo”: “Note-se bem a primeira parte do texto sagrado de 1 Coríntios 16:2, que no primeiro dia da semana, cada membro da igreja em Corinto, deveria dispor a parte o que pudesse ajuntar, conforme a sua renda.
Como se pode ver, de acordo com os preceitos do Novo Testamento, a contribuição, além de ser voluntária, tem de ser metódica. Os que defendem a “voluntariedade da contribuição a seu modo”, nem sempre são metódicos. As suas contribuições, via de regra, são avulsas e desorganizadas.”
Paulo avisa por carta os crentes de Corinto, que colocassem sua contribuição para o primeiro dia da semana (Ele estava ensinando aqueles crentes que nossa contribuição deve ter regularidade). Imaginem se aqueles crentes dissessem: “Paulo, lamentamos te informar que só traremos nossas ofertas e dízimos, quanto sentirmos; porque ainda não sentimos...”. Que caos financeiro entraria aquela igreja.
Meus irmãos, tenhamos sempre em mente as necessidades diárias e mensais da igreja local onde servimos ao Senhor. As Companhias de Luz , água e telefone, não enviam para a igreja as contas, quando seus diretores sentem mandar. Chegou o dia do vencimento, deve-se enviar o pagamento, ou ficar sem estes serviços. Assim, como tantos outros inúmeros gastos (sustento de obreiros e missionários, construção de templos, programas de rádio e tv, impressão de literaturas bíblicas, obras sociais, etc.)
Imaginem um pastor que dirige uma igreja, que só contribue quando seus membros “sentem”. Por certo, em pouco tempo esta igreja fechará suas portas.
Oferta não é sentimento, deve ser metódica e com regularidade!
2.4 Oferta defeituosa
O Senhor foi desonrado nas ofertas do povo, nos dias do profeta Malaquias, porque traziam ao altar da Casa de Deus, ofertas defeituosas, quando podiam trazer o melhor para Deus.
“Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto, que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.
Porque quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos.
Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de nós; isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos.
Quem há também entre vós que feche as portas e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós , diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei da vossa mão a oblação.
Desde o nascente do sol até ao poente, será grande entre as nações o meu Nome; e, em todo lugar, se oferecerá ao meu Nome incenso e uma oblação pura; porque o meu Nome será grande entre as nações, diz o Senhor dos Exércitos.
Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura,
e o seu produto, a sua comida, é desprezível.
E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos Exércitos: vós ofereceis o roubado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta; ser-me-á aceito isto de vossa mão ? – diz o Senhor.
Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu rabanho, promete e oferece ao Senhor uma coisa vil; porque Eu Sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu Nome será tremendo entre as nações.” (Ml 1:7-14)
Primeiro: Uma das maneira de como Deus avalia a nossa adoração, é pelo nosso ofertar e dizimar. Naqueles dias havia uma crise espiritual tão profunda no povo de Israel, que o que traziam como oferta a Deus no seu altar, refletia o seu real estado espiritual e a péssima qualidade na adoração.
Segundo: Achamos que somente o ímpio e o mundo sem Deus, é que profanam a Deus. Mas a Palavra nos declara, que o ofertante que não honra a Deus com a primicias de seus bens e de sua renda, pode com sua oferta defeituosa desonrar a Deus: “Ofereceis sobre o meu altar pão imundo e dizeis: Em que te havemos profanado? Nisto, que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.” (Ml 1:7)
Terceiro: O ofertante que desonra a Deus com oferta defeituosa, vive a política maligna do “não faz mal”.
“Porque quando trazeis animal cego para o sacrificardes, não faz mal! E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo, não faz mal! Ora, apresenta-o ao teu príncipe; terá ele agrado de ti? Ou aceitará ele a tua pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos.” (Ml 1:8)
Neste capítulo primeiro do profeta Malaquias vemos o Senhor irritado. Porque quando falta excelencia em nosso serviço para Ele, falta honra no que fazemos. Um serviço excelente traz em cada detalhe a marca da honra. Se desejamos agradá-lo, tudo o que fizermos deve ser regido pela excelencia. Jamais nos esqueçamos que o caminho da excelencia sempre leva a honra.
Conheci um querido diácono, que certo dia ao chegar ao templo, o encontrei varrendo o páteo; e o fazia com todo amor e primor. Lembro-me que lhe disse:
- Meu irmão, voce está trabalhando muito.
Notei, que ele parou, sorriu para mim; e com lágrimas no rosto, olhou para cima e disse do fundo da sua alma:
- É para o meu Senhor! É para o meu Senhor!
Quarto: Que existe ainda uma solução para quem traz para Deus oferta defeituosa: É se converter inteiramente ao Senhor, suplicar pela sua misericórdia e mudar a sua maneira de ofertar.
Agora, pois, suplicai o favor de Deus, e ele terá piedade de nós; isto veio da vossa mão; aceitará ele a vossa pessoa? – diz o Senhor dos Exércitos. (Ml 1:9)
Quinto: Quem prossegue trazendo oferta defeituosa, é candidato em potencial para ser amaldiçoado.
“Mas vós o profanais, quando dizeis: A mesa do Senhor é impura,
e o seu produto, a sua comida, é desprezível.
E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos Exércitos: vós ofereceis o roubado, e o coxo, e o enfermo; assim fazeis a oferta; ser-me-á aceito isto de vossa mão ? – diz o Senhor.
Pois maldito seja o enganador, que, tendo animal no seu rabanho, promete e oferece ao Senhor uma coisa vil; porque Eu Sou grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu Nome será tremendo entre as nações.” (Ml 1:12-14)
Aprendamos a honrar ao Senhor oferecendo a Ele o nosso melhor:
“...porque não oferecerei ao Senhor, meu Deus, holocaustos que me não custem nada...” (2 Sm 24:24)
Pastor Marcos Antonio
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